sexta-feira, 18 de julho de 2014

Progresso

     Dei uma olhada na janela do passado

Uma saudade imensa invadiu meu coração
Quantos caminhos trilhados
Salpicados de orvalho pelo chão

A grama verde descendo morro abaixo
O mourão da porteira, já gasto pelo tempo,
O negrume da noite no  bambuzal cerrado
Nos fazia medo quando açoitado pelo vento

As brincadeiras de roda, no terreiro em frente a casa
O pega-pega, gringrinaia, roda pião,
As manhãs bem cedo, quando me levantava
E ficava me aquecendo em volta do fogão

Até o amor que explodia em meu peito
Se perdeu com o passar das horas,
O tempo passou uma borracha em tudo
Não resta mais nada pra mim recordar agora

 Os caminhos que trilhei, transformaram-se em asfalto
A grama verde com o tempo  se secou
Da porteira nem o mourão existe.....Progresso...
Ah progresso! Foi minha infância que você matou .     


Escrita e vivida por mim: Nair Bianchini
Dia 25 de junho 1982

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