Na fazenda,quando criança vivi
A lua surgia pra iluminar o escuro espaço
EU me aconchegava num colchão de palha barulhento
Enquanto minha mãe acalentava a caçula no regaço
Eu ficava ali olhando as estrelas pelas frestas da janela
As vezes o sono me surpreendia,
Pensando na vida e nas coisas boas
Que havia nela.
Como era boa nossa vida ali
Dormindo toda noite ao som de serenatas
Que os sapos faziam coaxando na lagoa ,
Junto com o cri-cri dos grilos no frescor das verdes matas
E o cheiro de comida ,já bem de manhãzinha
Feita por mamãe num fogão a lenha.
A vaquinha leiteira no curral em frente a casa,
Mugia como estivesse prenha.
Eu acordava com a lida do trabalho.
No pasto o mugido dos bois,
Quando recordo minha infância me parece que foi ontem
Mas a quanto tempo...a quanto isto foi.
Hoje já não tenho mais o meu colchão de palha ,
Nem as serenatas que nas noites se fazia,
Ate a caçula é mulher feita.
E as mãos de minha mãe....a muito tempo estão vazias
Só eu continuo a pensar na vida,
E nas coisas boas que a vida contem,
Cada um da família ocupa nela um espaço,
E eu embalo lembranças levada por elas no seu vai e vem.
ESCRITA E VIVIDA POR NAIR BIANCHINI